Gelúminas, Poesia Luminofágica (2005) foi montada como parte da 1ª Mostra Internacional de Design com o tema “O ninho seguro”, e posteriormente remontada no Centro Cultural dos Correios no Rio de Janeiro e noutras ocasiões. Foi convidada pelo curador Nicola Goretti, do Grupo AG Arquitetura e Projetos Culturais e financiada pelo Centro Cultural do Banco do Brasil. Cada projeto em “O ninho seguro” era um ambiente que comenta a relação entre a pessoa e seu lar. Em Gelúminas, o público entrava numa sala em que três grandes luminárias pendiam do teto. Aproximando-se, percebia que cada luminária era composta de dezenas de copos com gelatinas de várias cores, cada copo com uma letra feita de gelatina de outra cor, totalizando 3 mil copos. As letras formavam a frase “Coma luz”. Essa frase era repetida num loop de áudio convidando o público a ingerir as gelatinas, que tinham sabor de coquetéis. A instalação toda, portanto, interativamente articulava sensações visuais, auditivas, táteis, olfativas e gustativas. Era um comentário sobre a sensação de segurança no lar –o local onde é possível controlar tanto o alimento quanto a luminosidade, em que o morador logra tanto garantir-se na luta pela sobrevivência quanto proteger-se da perigosa escuridão lá fora. A efemeridade dessa performance apontou também para o contrário, isto é, para o fato de que ninguém está realmente seguro em casa. Por outro lado, a frase “Coma luz” era também um comentário irônico sobre uma moda, à época, de dar publicidade a certas pessoas que diziam “viver de luz” e não precisar comer