O arroz cateto, feito com água de abóbora, caldo de boi, manteiga de garrafa e queijo meia cura, foi produzido em parceria com produtores rurais no sistema de agricultura familiar.
A paleta de bode glaceada é inspirada na estética de Lampião e seu bando. Do lado de fora do prato estão a paçoca de pilão (carne seca, farinha de mandioca com manteiga de garrafa, batida no pilão até virar areia), a gelatina de figo-da-índia, o bolo de amendoim feito no sifão e a beldroega.
O mandacaru nos remete ainda ao Abaporu, quadro de Tarsila do Amaral. Nele aparecem elementos devocionais usados na indumentária dos cangaceiros: no alto, uma moeda tem de um lado, Deus, e do outro, o diabo, alusão ao filme de Glauber Rocha, Deus e o diabo na terra do Sol.
A proposta do prato foi criar uma metáfora entre o brasileiro e os ingredientes, que para existirem devem ser resistentes às diversidades climáticas. Os comensais, ao comê-los, trazem para si a consciência de nossa história e a resistência adquirida através destes elementos.